Embracing the new

Guanajuato, Mexico

ENG//POR

It has been six months since my last story. During this time, I drafted many (at least 5), but I ended up scratching all of them. However, in every single one of them, there was a common overall title: “Embracing the new”. The content varied, but the title always remained the same. I always wondered why I couldn’t finish any of it.  And now I believe that I came to a conclusion.

The greatest challenge that I faced since my return to Brazil was to deal with frustration. Frustration is the feeling of being upset or annoyed, especially because of inability to change or achieve something (Oxford dictionary). I said many times that my dream was to build a family and work as a professor. But today, I’m single, working with projects that involve photography, and the dream of the academic career is not even in the picture. And that’s why I was so upset; because today, I’m not able, with my own strength, to change this situation. It took me a couple of months to understand that I needed to stop looking behind and embrace what was in front of me.

My story with photography is a little bit different. It’s not a better or a worse one; it’s just different. Personally, I don’t know any photographer who chose this career because there wasn’t any other alternative to make money. Photography is an art, a passion, and being able to make a living off of it is a dream becoming true, right? But for me, it’s another story. I used to say that the feeling I had when I realized that I had to make my living out of it, was like the same of being deceived to marry an unknown person. This is, in fact, true. Photography came out to be my partner in the worst period of my life. I didn't ask for this. And believe or not, it was very difficult to accept this fact. Imagine that you dedicated ten years of your life investing in your career, and suddenly, one day you are forced to quit it to do something that you’ve never ever had done before. It’s hard not to feel frustrated and honestly, a loser. I guess only those who have been through a similar situation would actually understand how hard it is. However, this is just one side of the story.

Since the moment I started to fully embrace the new, good things have happened. In fact, the good news are greater than the bad ones. After my return to Brazil last year, I’ve been to three great travels for work. In addition, besides the opportunity to explore new places and making new friends, I was able to come back to one of my favorites cities in this world, Guanajuato. That was very special because it is one of those incredible places that you wouldn’t expect to visit soon. (Definitely, I need to take my future wife to meet this place :D). I also started new projects; one of them with two friends who have been teaching me a lot. Yes, it was time to leave behind the dark past and to enjoy the things that are right under my nose. In other words, stop complaining about what I lost and enjoy the things I gained.

Many people ask me if I want  to start studying again. Honestly, yes. But, I believe the One who put this desire in my heart will be responsible to make it happen in the right time. Till then, I need to embrace every single new opportunity that God has put in front of me, mainly those unexpected ones. So today, I can say that I'm living a blessed life.

Proofreading by Julie Ahn

//Português

Abraçando o novo

Se completaram 6 meses desde o meu último texto. Durante este tempo, esbocei vários (pelo menos 5), mas depois, eu desistia. Porém, uma coisa comum em todos eles era o título: “Abraçando o novo”. O conteúdo variava, mas o título permanecia o mesmo. Pensei em várias razões do porquê não conseguia termina-lo; e agora acredito ter chegado a uma conclusão.

O maior desafio que tenho enfrentado desde que eu voltei ao Brasil foi lidar com a frustração. Frustração é o sentimento de estar triste ou aborrecido, especialmente por causa da incapacidade de mudar ou alcançar algo (trad. Oxford dictionary). Já disse outras vezes que meu sonho era fazer uma família e trabalhar como professor. Porém, hoje, estou solteiro, trabalho com projetos que envolvem fotografia, e o sonho da carreira acadêmica está fora do horizonte. E é isso que estava me deixando triste; pois hoje, sou incapaz, pelas minhas próprias forças, mudar esta situação. Levou alguns meses para entender que eu precisava parar de olhar para trás e começar a abraçar o que estava à minha frente.

A minha história com a fotografia é um pouco diferente. Não é uma história melhor ou pior, é apenas diferente. Particularmente não conheço nenhum fotógrafo que escolheu essa profissão porque não havia outra alternativa para fazer dinheiro. Porque fazer foto é uma arte, uma paixão; e viver dela é um sonho realizado, não é? Comigo a história é outra. Eu costumo dizer que o sentimento que tive quando me dei conta de que teria que trabalhar com fotografia, era como se tivesse sido enganado para casar com uma pessoa desconhecida. E de fato isso é verdade. A fotografia simplesmente apareceu para ser minha companheira no pior momento da minha vida. Eu não havia planejado e nem pedido por isso. E por incrível que pareça, foi muito difícil aceitar isso. Imagine que você tenha dedicado dez anos da sua vida investindo na sua profissão, e de repente, um certo dia você é forçado a desistir dela para fazer algo que nunca havia feito anteriormente. Não tem como não se sentir frustrado e derrotado. Só quem já passou por isso sabe o quanto é difícil. Todavia, esse é apenas um lado da história.

A partir do momento que comecei a abraçar integralmente o novo, muitas coisas boas têm acontecido. Na realidade, as coisas boas são muito maiores que as ruins. Desde que voltei ao Brasil ano passado, já fiz três grandes viagens à trabalho. Além de ter tido a oportunidade de explorar novos lugares e fazer novos amigos,  eu pude voltar a uma das minhas cidades favoritas neste mundo, Guanajuato. Isto foi algo muito especial, porque é um daqueles lugares incríveis que você não esperava voltar a visitar tão cedo. (Obs.: definitivamente vou ter que voltar pra lá mais uma vez porque a minha futura esposa precisa conhecer este lugar :D). Fora isso, comecei alguns projetos novos; e um deles com duas amigas que têm me ensinado muito. Já era mais do que hora de deixar para trás o passado sombrio, para começar a apreciar e desfrutar o que estava bem debaixo do meu nariz. Em outras palavras, é parar de chorar pelo que perdi, e se alegrar pelo que ganhei.

Muitos me perguntam se eu gostaria de voltar a estudar um dia. Sinceramente, sim. Todavia, acredito que Aquele que um dia colocou esse desejo no meu coração vai se responsabilizar em trilhar o caminho para que isso aconteça no tempo certo. Até lá, eu preciso abraçar cada nova oportunidade que Deus colocar à minha frente, principalmente aquelas mais inesperadas. Então, hoje, eu posso dizer que estou vivendo uma vida abençoada.